A receita dos microempreendedores individuais (MEIs) homens é 32% maior do que a das mulheres, aponta um estudo conduzido por pesquisadores do Banco Central (BC). A mediana das receitas dos homens foi de R$ 77,3 mil, enquanto a das mulheres, R$ 58,5 mil, revelou a pesquisa.
O estudo também aponta que, proporcionalmente, o setor de “atividades de estética e outros serviços de cuidados com a beleza” teve a maior participação de mulheres, com 96,6% de ocupação feminina e uma receita média anual de R$ 78 mil. Já o setor de “obras de alvenaria” registrou a maior participação de homens, com 94,7% de ocupação masculina e uma receita média anual de R$ 116 mil.
Numericamente, a atividade com maior número de mulheres foi o de “cabeleireiros, manicure e pedicure”, com 355 mil registros, e a receita média anual nesse segmento foi de R$ 71 mil. Para os homens, o setor com maior volume foi o de “Transporte rodoviário de carga”, com 92 mil registros e uma receita média anual de R$ 101 mil.
Os autores do estudo são José Renato Ornelas, servidor do Banco Central e professor da FGV-EPPG, e Ana Luísa Normando, estudante de mestrado em Economia na Universidade de Brasília e estagiária de pós-graduação no BC. As opiniões apresentadas no estudo não refletem, necessariamente, a posição do Banco Central.
O estudo coletou dados de transação de MEIs que estiveram ativos em 2023. Foram observados cerca de 5 milhões de microempreendedores individuais, abrangendo 511 CNAEs (atividades econômicas) em 5.568 municípios.
Foram analisados também recebimentos via Pix nas contas pessoais dos MEIs, considerando que, segundo um levantamento do Sebrae-MG com esse grupo, 55% dos respondentes utilizam a mesma conta para suas finanças pessoais e empresariais. Além disso, dos que afirmaram utilizar a mesma conta, 49% utilizam a conta de pessoa física.
Casos de “pejotização” — ou seja, quando trabalhadores se utilizam de uma empresa individual para prestar serviços a outra — foram excluídos da pesquisa.
Fonte: Extra